domingo, 4 de outubro de 2009

Salar do Uyuni - Bolívia


Laguna Colorada - Bolívia


Laguna Colorada - Bolívia

Hotel de Sal - Salar do Uyuni

Hotel de Sal - Salar do Uyuni

Comendo carne de llama em Uyuni - Bolívia


Salar do Uyuni - Bolívia

Salar do Uyuni - Bolívia

domingo, 27 de setembro de 2009

Dia 26 de setembro

No meu primeiro dia aqui em San Pedro, ganhei um mapa com todas as trilhas de bike que existem aqui na regiao. Ontem eu consegui fazer a última que me faltava: o Túnel.
Para chegar no Túnel deve-se pedalar 5 km por uma estrada de terra e depois mais 2,5 km em subida, por um canion bem estreito, ou seja, sem nenhum vento. Foi a primeira vez que realmente senti calor aqui.


Ele tem uns 100 metros de comprimento, mais ou menos, entao se pode ver a "luz no fim do túnel"...
Ele foi construído na década de 30, no auge da mineraçao de sal, e era a principal ligaçao entre San Pedro e Calama. Fiquei imaginando o tráfego de carroças por aqui. Coitados dos cavalos...

Essa foto em sépia foi tirada depois que o atravessei. Do outro lado, o mapa mostra um caminho que leva até a estrada asfaltada que vai até San Pedro, porém, é um caminho meio traiçoeiro e cheio de bifurcaçoes, com vários trecho de areia fofa, onde eu teria que empurrar a bike. Nao me animei a fazer sozinho e resolvi voltar.

Assim que atravessei de volta, dei de cara com duas figuras de Calama: Andres e Javier. O Andres disse que conhecia uma trilha que sube o morro por cima do Túnel e que vai até o Valle de la Muerte, entao resolvi acompanhá-los.

Foi uma trilha extremamente técnica, com muitos trechos en areia fofa, cascalho e pedras do tamanho de um paralelepído e pontiagudas, que volta e meia batiam nas paredes dos pneus com um barulho de coisa rasgando. Imaginei como seria rasgar um pneu ali em cima. Logo depois, tratei de "desimaginar" e mentalizar uma pedalada segura.

O vento também era muito forte, e as vezes chegava a nos desequilibrar.




A vista lá de cima é incrivel, e compensa todo o esforço.


Nessa foto dá para ver o vale por onde passa o Rio San Pedro, "verdificando" a paisagem.


Depois de quase 3 horas de pedal, voltei a San Pedro, e fui ver se ainda dava para fazer algum tour. Dei sorte: tinha um tour para Lagunas Cejas, que sairia em 30 minutos. Deu tempo de ir no hotel para tomar uma chuveirada e trocar a roupa cheia de areia.


Essa é uma lagoa no meio do Salar de Atacama, que tem uma salinidade altíssima, fazendo a água ficar muito densa. É muito legal, porque a gente flutua na água em qualquer posiçao. Chega a ser dificil mergulhar.

O problema é que estava ventando muito nesse dia, entao nem deu para aproveitar muito por causa do frio. Além disso, depois de 8 dias pedalando, eu estou com alguns machucadinhos e assaduras pelo corpo, que nao chegam a incomodar. Eu tinha até me esquecido deles, mas o sal da água me fez lembrar de cada um...

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Atualizando

Pessoal, vou escrever nesse post tudo o que aconteceu até agora nessa viagem pro Atacama.
Já aviso logo que o teclado que estou usando é em espanhol, e por isso nao tem o "til".

A viagem começou bem pelo preço da passagem: R$ 150 (Santiago - Calama - Santiago).
O interessante é que antes eu tinha entrado na página brasileira da Lan Chile e o preço que me deram era de 600 dólares pelo mesmo trecho.
Logo depois eu entrei na página chilena da empresa, e consegui esse preço. O endereço é http://www.lanchile.cl/

18 de setembro

A viagem de aviao foi muito legal, pois a paisagem vai mudando. Primeiro só se ve a neve dos Andes, e conforme vamos chegando as montanhas vao ficando menores, até chegarmos à imensidao do deserto. O aeroporto de Calama é incrivel! No meio do deserto, cheio de carcaças de avioes espalhadas. Parece um filme.
A foto abaixo é da estrada entre Calama e San Pedro de Atacama.


19 de setembro

Ja na van de Calama a San Pedro, conheci um brasileiro, e pedalamos juntos no primeiro dia. Ele alugou uma bike aqui e eu fui com a minha.
Esse primeiro dia foi muito emocionante! Nunca imaginei que um dia iria pedalar por um deserto! Uma paisagem bem diferente de tudo o que já vi.
Fomos até uma ruína chamada Pukara de Quitor, que era uma fortaleza dos primeiros habitantes dessa regiao. É do tempo em que eles deixaram de ser caçadores-coletores para se tornarem produtores. Aqui eles deram os primeiros passos na agricultura e na domesticaçao das llamas e vicunhas para alimentaçao e transporte de carga.
É incrivel como essa história se repetiu em vários lugares do mundo, nessa época.
Esses primeiros assentamentos sedentários sempre se localizam perto dos rios, e aqui nao foi diferente. Essa fortaleza foi construida para garantir o acesso doshabitantes ao rio, e foi palco de sangrentas batalhas, primeiro contra os Incas e depois contra os espanhóis, que dizimaram o restante dos Atacamenhos.

Até hoje San Pedro de Atacama e os pueblos vizinhos só podem existir devido à presença desse rio.
Ou seja, mesmo com toda a tecnologia que distancia o Homem da natureza, ainda devemos nossas vidas aos recursos naturais. É difícil para uma pessoa que sempre viveu em uma cidade grande ter essa noçao...

Depois disso, fomos até a Quebrada del Diablo, que é uma especie de canion bem estreito, onde só passa uma bike de cada vez. Pedalamos por esse lugar por uns 15 minutos, e como nao sabiamos se teria fim, resolvemos voltar.
Na volta, como era descida, deu para dar uma acelerada. Foi muita adrenalina passar voando por aquele canion, fazendo as curvas a centimetros das paredes de pedra...

Pukara de Quitor


Quebrada del Diablo

Quebrada del Diablo

20 de setembro

No dia seguinte, me desencontrei do brasileiro e fui pedalar sozinho pelo Vale de la Luna. Uma pedalada de 43 km em uma paisagem completamente inóspita, sem um traço de vegetaçao e totalmente sem sombra.
Esse trajeto é feito em em uma estrada péssima, mas mesmo assim, cruzava com um carro a cada 10 min mais ou menos.
Mais ou menos no meio do percurso tem uma estradinha a esquerda, que consegue ser ainda pior, e que leva às ruínas de uma mina de sal.
Até de bicicleta foi chato chegar lá, e como nao é uma das atraçoes turísticas, nao tinha ninguem la. Devo ter ficado uma hora sentado ali, adimirando a paisagem.
Ao contrario do que se imagina, o deserto do Atacama tem uma diversidade impressionante de feiçoes. Muito lindo esse lugar.
Da mina só sobraram duas contruçoes de adobe, bem sinistras por sinal. Nao cheguei a me sentir completamete sozinho ali, se é que vocês me entendem...


Valle de la Luna

21 de setembro
Ontem eu fui até a aldeia de Tulor, que fica a 9 km de San Pedro, é o assentamento mais antigo da regiao.
As teorias dizem que ele foi abandonado devido à alguma mudança climática que diminuiu a vazao do rio e aumentou a velocidade dos ventos, que soterrou as casas com areia.
Isso fez com que os habitantes se mudassem para o lugar onde hoje fica San Pedro, que é mais abrigado.
As habitaçoes eram arredondadas e intercomunidas, formando uma espécie de colméia. É dificil imaginar como era a dinâmica da vida dessa gente, vivendo dessa maneira.

22 de setembro
Hoje eu fui até o Valle de la Muerte, que é parecido com a Quebrada del Diablo, só que bem mais largo.
Na volta, peguei uma trilha que levava de novo até a ruína da fortaleza. Dessa vez, nao subi a ruína e sim um monte ao lado, separado do monte da ruína por uma distância de uns 50 metros.
A subida foi bem dificil porque tinha areia fofa em muitos trechos, e eu tive que empurrar a bike por um bom trecho.
Em um primeiro patamar tem uma placa com um texto da Gabriela Mistral, que é uma poetisa Chilena, ganhadora do premio Nobel. Perto da minha casa, no Rio, tem uma rua com o nome dela, mas eu nunca soube quem era, até chegar no Chile.
No topo desse monte tem um monumento em homenagem aos 20 últimos guerreiros atacamenhos que defederam a fortaleza contra os espanhóis, e que foram degolados nesse local.
Fiquei uns 15 minutos lá em cima, porque era quase 13 horas, e o sol estava muito forte.
A descida do monte foi bem "quente"... hehehe. Muita velocidade, com curvas bem fechadas. A areia fofa dava um "tempero" especial à descida, fazendo a bicicleta se comportar como um cavalo chucro.

Bom, por hoje é só. Amanha escrevo mais detalhes sobre San Pedro, com algumas dicas de comida e tours.